A enfermagem brasileira teve a honra de ter Ana Justina Ferreira Néri como a primeira enfermeira voluntária nos campos de batalha, durante a Guerra do Paraguai.
Maio é considerado o mês da enfermagem, previsto no Calendário Anual da Saúde, já que no dia 12 é comemorado o Dia Internacional do Enfermeiro e o Dia da Enfermagem, data escolhida para homenagem à enfermeira Florence Nightingale, considerada um marco na enfermagem moderna e nasceu neste dia. Em meados da década de 40, para acrescentar às comemorações, o dia 20 de maio foi escolhido no Brasil para ser o Dia Nacional do Técnico de Enfermagem, para homenagear Ana Néri, que faleceu neste dia.
Para comemorar as duas importantes datas, a Semana Brasileira de Enfermagem foi instituída, visando discutir as novidades na área e analisar as condições de trabalho do setor no nosso país.
E para compreendermos porque Ana Néri ganhou essa importância para a enfermagem brasileira, precisamos relembrar a sua história de dedicação.
Trajetória de Ana Néri
Ana nasceu no estado da Bahia, em 13 de dezembro de 1814. Quando tinha 23 anos casou-se com o capitão da Marinha, Isidoro Antônio Néri. Eles tiveram três filhos. Mas logo ficou viúva, com 29 anos.
Após a morte do seu marido, teve que cuidar sozinha dos filhos. Após crescerem seus dois filhos, Isidoro Filho e Justiniano Rebelo, se formaram em medicina e o outro filho, Pedro Néri, era Cadete.
Então quando nosso país entrou na Guerra do Paraguai, compondo a Tríplice Aliança, os filhos de Ana Néri foram convocados para a batalha. Algum tempo depois, para ficar perto dos filhos, escreveu uma carta ao presidente da Província da Bahia, pedindo para ser voluntária no cuidado de feridos durante a Guerra.
Após a aceitação do pedido, transferiu-se para o estado do Rio Grande do Sul, onde adquiriu noções básicas de enfermagem, antes de iniciar a missão escolhida.
Quando tinha 51 anos, Ana tornou-se a primeira enfermeira do país e prestou seus serviços no 10º Batalhão de Voluntários da guerra.
A dedicação da enfermeira
Muito mais que prestar cuidados aos feridos da guerra, a enfermeira, ao regressar para o Brasil trouxe alguns órfãos, que perderam seus pais durante os combates. Foi homenageada e ganhou medalhas concedidas pelo governo imperial.
Passou a ser símbolo da enfermagem no Brasil, dando nome a vários centros educacionais, como a Escola de Enfermagem Ana Néri, primeira escola oficial brasileira de alto padrão.
No ano de 1938, o então presidente da República Brasileira, Getúlio Vargas, escolheu o dia do falecimento de Ana, 20 de maio, para ser o Dia Nacional do Técnico de Enfermagem.
No ano de 2009, Ana Néri tem seu nome registrado no Livro dos Heróis e das Heroínas da Pátria.
Além dessas homenagens, em 1967 a empresa de Correios e Telégrafos, lançou um selo da enfermeira.
Ana Néri sempre foi muito dedicada aos seus inúmeros pacientes e, mesmo com condições de trabalho desfavoráveis, como poucos materiais e falta de higiene, mantinha sua qualidade e seriedade.
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